segunda-feira, 14 de novembro de 2016

Não te escrevo cartas de amor

Não te escrevo cartas de amor,
Porque não lembro o que é o amor.
Vou e volto da tua pele
Sem anotar o caminho.
Não te conheço, mas não te estranho.
Não te descanso nem me acabas.
Não te escrevo cartas de amor,
Porque renasço;
E dizer não conta
Nem metade.
Palavras são assim: sol, chuva, bomba, Amélia.
Nas esquinas não ficamos.
Calo o meu antes na tua língua.
Permitimos o azul.
Não te escrevo cartas de amor
Porque ainda dou erros de criança.
Ofegante, te pergunto
Se queres caminhar.
E então, convictos,
Quebramos a ampulheta;
devolvemos a areia à maré.
(2012)

Sem comentários:

Enviar um comentário