Quando possa fazer o que prometi aos deuses
Calo um pouco mais - que espanto
E fico na espera do teu sorriso
Sem passar embrulhação.
Quando possa fazer o que prometi aos deuses
Permito passado e o mar que há
nas conchas, nos búzios.
Delego ao sol responsabilidade pelo mundo
E amanheço mesmo ao anoitecer
Quando possa fazer o que prometi aos deuses
Já até danço e fico à espera que venhas
pela porta de onde te trago
E me acudas sem prazo nem estação.
Quando possa fazer o que prometi aos deuses
Entro e só paro do outro lado continental.
Não entendo nada do que vejo, só como,
E fico feliz pelas pessoas alegres,
pelos casais.
Quando possa fazer o que prometi aos deuses
Recupero o palpite lá da escola,
A grande disponibilidade,
as escadarias de sábado e domingo; E tudo que não é inverno,
Resumidamente, vira Verão.
domingo, 15 de junho de 2014
Teu copo
Inventa teu copo,
E adormece meu amor.
Encosta a cabeça
No meu braço,
Entorta o mundo,
Deixa o povo todo chegar
e ir.
Cheira meu cansaço,
Repousa certeza
No meu peito,
E brinca com
este lado negro
Se me dispo de café
E canção.
Suspira se for preciso,
Semeia vontade
Na minha orelha fértil,
E deixa para um novo
Dia a janela e a menta
a algibeira e a casa.
Deixa para outra
manhã o destino.
E adormece meu amor.
Encosta a cabeça
No meu braço,
Entorta o mundo,
Deixa o povo todo chegar
e ir.
Cheira meu cansaço,
Repousa certeza
No meu peito,
E brinca com
este lado negro
Se me dispo de café
E canção.
Suspira se for preciso,
Semeia vontade
Na minha orelha fértil,
E deixa para um novo
Dia a janela e a menta
a algibeira e a casa.
Deixa para outra
manhã o destino.
Poesia
Poesia não se faz, se agradece.
Está tudo acordado desde lá: primeiro era o verbo.
Poesia a gente rouba do silêncio
E paga contrariado, em vontade, cócegas, pecado e
Amanhã.
(2014)
Está tudo acordado desde lá: primeiro era o verbo.
Poesia a gente rouba do silêncio
E paga contrariado, em vontade, cócegas, pecado e
Amanhã.
(2014)
Plano Inclinado
Comecei ontem a fazer um plano para nós,
inclinado,
A incluir coisas assim, vejamos:
Vulcões, frio no fim do globo, lareira e batatinhas.
Coragem dos doidos, pela terceira vez,
E a vitória do pecado augusto.
Um banho em que tu mandas e eu quero,
O universo expandido porque é pouco,
Também algum tipo de confirmação tieta,
temperando os vazios.
Duas mochilas acordadas de sotaque
em sotaque.
O passado a poder receber visita,
A amizade rodando na roda bendita
Talvez um eclipse.
Carne e vinho e sombra e mão.
E carne e vinho e língua e chão
E carne e e vinho e nada em vão.
Carne espinho nascendo são.
A guerra em suspenso, perdoada,
Uma passadeira vermelha para os trapos modernos
Conversas de montanha e Lumière -
Uma ponte que range e rege
Último passatempo antes da pirataria.
Uma bola batida, um café prefeito,
Um vizinho acordado, e telegrama a respeito.
Canções de feriado, mesas poucas
E escuro bastante para tudo embalado.
Gin e casca e saliva, vinte e três
A substituir a palavra-chave
Que salva a vida.
Um descuido, pode ser? Pode!
Ficarmos como quem não quer nada
Uma espera de artistas que acreditam
Na inspiração, nos duendes nas clareiras
Nas respostas.
Não terminei e ontem virou semanas.
Qualquer dia recomeço e te peço
Aprovação.
Somos sempre mais idiotas - idiotas
no sentido bom - quando a saudade
Aperta.
inclinado,
A incluir coisas assim, vejamos:
Vulcões, frio no fim do globo, lareira e batatinhas.
Coragem dos doidos, pela terceira vez,
E a vitória do pecado augusto.
Um banho em que tu mandas e eu quero,
O universo expandido porque é pouco,
Também algum tipo de confirmação tieta,
temperando os vazios.
Duas mochilas acordadas de sotaque
em sotaque.
O passado a poder receber visita,
A amizade rodando na roda bendita
Talvez um eclipse.
Carne e vinho e sombra e mão.
E carne e vinho e língua e chão
E carne e e vinho e nada em vão.
Carne espinho nascendo são.
A guerra em suspenso, perdoada,
Uma passadeira vermelha para os trapos modernos
Conversas de montanha e Lumière -
Uma ponte que range e rege
Último passatempo antes da pirataria.
Uma bola batida, um café prefeito,
Um vizinho acordado, e telegrama a respeito.
Canções de feriado, mesas poucas
E escuro bastante para tudo embalado.
Gin e casca e saliva, vinte e três
A substituir a palavra-chave
Que salva a vida.
Um descuido, pode ser? Pode!
Ficarmos como quem não quer nada
Uma espera de artistas que acreditam
Na inspiração, nos duendes nas clareiras
Nas respostas.
Não terminei e ontem virou semanas.
Qualquer dia recomeço e te peço
Aprovação.
Somos sempre mais idiotas - idiotas
no sentido bom - quando a saudade
Aperta.
(2014)
Mas não gosto
Indeciso nas latitudes
Copio o mundo,
Vejo que penso,
E não reclamo, mas não gosto.
Rimo se tem tempo
Se não tem, bem,
Arrefeço o traço
E relato, se me passo,
Fúrias de amor, quase nada,
E cor.
Nacional, fico meigo,
Europeu, ensimesmado,
Brasileiro, experimentoso,
Russo, régua e esquadro.
No campo que não conheço
Altero a Pompeia, prosa
Fadista sem rodeio
Vulcanizo em sabão Rosa.
Poucas palavras.
Me cubro de branco, Eugénio, Alentejo
Palavras mulher
Encontro Chico e Capeta no Brejo
Palavras dormidas
México, Biblioteca e Paz
Palavras Trocadas
O Manoel que Carolina traz
Palavras cabeça
Um copo na Brasileira
Palavras seguidas
Clarice e Eunice na cadeira
Palavras puras
Sophia com pé no sal
Palavras seguidas
Miguel de cabeceira e Jornal.
Sem norte, roubo
À música o tempo forte
E, se me deixam,
volto a casa nos teus olhos.
(2014)
Copio o mundo,
Vejo que penso,
E não reclamo, mas não gosto.
Rimo se tem tempo
Se não tem, bem,
Arrefeço o traço
E relato, se me passo,
Fúrias de amor, quase nada,
E cor.
Nacional, fico meigo,
Europeu, ensimesmado,
Brasileiro, experimentoso,
Russo, régua e esquadro.
No campo que não conheço
Altero a Pompeia, prosa
Fadista sem rodeio
Vulcanizo em sabão Rosa.
Poucas palavras.
Me cubro de branco, Eugénio, Alentejo
Palavras mulher
Encontro Chico e Capeta no Brejo
Palavras dormidas
México, Biblioteca e Paz
Palavras Trocadas
O Manoel que Carolina traz
Palavras cabeça
Um copo na Brasileira
Palavras seguidas
Clarice e Eunice na cadeira
Palavras puras
Sophia com pé no sal
Palavras seguidas
Miguel de cabeceira e Jornal.
Sem norte, roubo
À música o tempo forte
E, se me deixam,
volto a casa nos teus olhos.
(2014)
Fundamental
Dar chance à esperança é fundamental.
- Hidratar a filosofia destes tempos;
Oferecer mais que uma mão à direita,
E levar para casa o sonho..
Caminhar com mais pressa seria, também
fundamental se fosse natural.
Pele castanha e pele toda, e cachos de oliva
Na parede dos bravos é fundamental.
E é fundamental no caldo das camaratas
na sopa de feijão, a vontade.
O futuro chegou ligeiramente adiantado
- o que lhe falta em educação
sobre em criatividade -
Escadarias para buscar
quem se ama é fundamental,
No céu, de açúcar em falta, na curva de Óscar.
Pelo teatros de juntar pecadores
e Termas onde lavar os olhos
Ficar é fundamental.
E, ainda que perdidos, nem tanto,
Fundamental é arroz branco
Sacrificando água pelo sabor,
Trazendo para a mesa um primeiro dia
igual. Fundamental.
(2014)
- Hidratar a filosofia destes tempos;
Oferecer mais que uma mão à direita,
E levar para casa o sonho..
Caminhar com mais pressa seria, também
fundamental se fosse natural.
Pele castanha e pele toda, e cachos de oliva
Na parede dos bravos é fundamental.
E é fundamental no caldo das camaratas
na sopa de feijão, a vontade.
O futuro chegou ligeiramente adiantado
- o que lhe falta em educação
sobre em criatividade -
Escadarias para buscar
quem se ama é fundamental,
No céu, de açúcar em falta, na curva de Óscar.
Pelo teatros de juntar pecadores
e Termas onde lavar os olhos
Ficar é fundamental.
E, ainda que perdidos, nem tanto,
Fundamental é arroz branco
Sacrificando água pelo sabor,
Trazendo para a mesa um primeiro dia
igual. Fundamental.
(2014)
Preciso de Contar
Preciso te contar com calma
Essa história de te querer
Além do autorizado pelas contas
Do mar, dos caminhos, e do céu.
Prefiro te iludir com canto
De pássaro, ou vaca, ou sonho,
Originalidades mineiras, farinha,
Fina camada de tanto em cada,
Do que tentar desfazer
- só para mostrar como –
As ataduras do peito.
Melhor abrir o sorriso dos lagos
Repetir o recado da terra
Abanar a escolhida amendoeira
E ficar a olhar para ti.
Provar as certezas do cego,
Virar os canhões para a lua,
Limar as venturas dos lidos
Desventrar a chave da loucura.
Seguro é cogitar um divã de floresta,
Aumentar a gaiola dourada,
Cimentar o passado do riso,
Construir o cabelo na espuma.
De mim e ti no instante, eu soubesse
Proporia um pecado acertado,
Deixaria o lagar pelo espaço
Fingimento incompleto, roubado.
Ai, menina da praia, regresso
Não queiras saber mais que eu
Disso, não.
O bom deste acontecimento nocturno
É um surdo a dizer pela Lapa
Em francês – porque o amor chama estilo –
E eu fingindo acordado e
Palmeiro, de bravo, ao segundo.
Se soubesses o que pulsa no ventre,
E por acaso dá eco no fundo,
Terminaria tremendo a janela
Porque chão não caberia no mundo.
(2014)
Essa história de te querer
Além do autorizado pelas contas
Do mar, dos caminhos, e do céu.
Prefiro te iludir com canto
De pássaro, ou vaca, ou sonho,
Originalidades mineiras, farinha,
Fina camada de tanto em cada,
Do que tentar desfazer
- só para mostrar como –
As ataduras do peito.
Melhor abrir o sorriso dos lagos
Repetir o recado da terra
Abanar a escolhida amendoeira
E ficar a olhar para ti.
Provar as certezas do cego,
Virar os canhões para a lua,
Limar as venturas dos lidos
Desventrar a chave da loucura.
Seguro é cogitar um divã de floresta,
Aumentar a gaiola dourada,
Cimentar o passado do riso,
Construir o cabelo na espuma.
De mim e ti no instante, eu soubesse
Proporia um pecado acertado,
Deixaria o lagar pelo espaço
Fingimento incompleto, roubado.
Ai, menina da praia, regresso
Não queiras saber mais que eu
Disso, não.
O bom deste acontecimento nocturno
É um surdo a dizer pela Lapa
Em francês – porque o amor chama estilo –
E eu fingindo acordado e
Palmeiro, de bravo, ao segundo.
Se soubesses o que pulsa no ventre,
E por acaso dá eco no fundo,
Terminaria tremendo a janela
Porque chão não caberia no mundo.
(2014)
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