domingo, 15 de junho de 2014

Plano Inclinado

Comecei ontem a fazer um plano para nós,
inclinado,
A incluir coisas assim, vejamos:
Vulcões, frio no fim do globo, lareira e batatinhas.
Coragem dos doidos, pela terceira vez,
E a vitória do pecado augusto.

Um banho em que tu mandas e eu quero,
O universo expandido porque é pouco,
Também algum tipo de confirmação tieta,
temperando os vazios.

Duas mochilas acordadas de sotaque
em sotaque.
O passado a poder receber visita,
A amizade rodando na roda bendita
Talvez um eclipse.
Carne e vinho e sombra e mão.
E carne e vinho e língua e chão
E carne e e vinho e nada em vão.
Carne espinho nascendo são.

A guerra em suspenso, perdoada,
Uma passadeira vermelha para os trapos modernos
Conversas de montanha e Lumière -
Uma ponte que range e rege
Último passatempo antes da pirataria.

Uma bola batida, um café prefeito,
Um vizinho acordado, e telegrama a respeito.
Canções de feriado, mesas poucas
E escuro bastante para tudo embalado.
Gin e casca e saliva, vinte e três
A substituir a palavra-chave
Que salva a vida.

Um descuido, pode ser? Pode!
Ficarmos como quem não quer nada
Uma espera de artistas que acreditam
Na inspiração, nos duendes nas clareiras
Nas respostas.

Não terminei e ontem virou semanas.
Qualquer dia recomeço e te peço
Aprovação.
Somos sempre mais idiotas - idiotas
no sentido bom - quando a saudade
Aperta.

(2014)

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