terça-feira, 9 de julho de 2013

José e Pilar e Emma

Fui ver José e Pilar ali ao lado, onde há florista. Não sabia que além das flores incríveis havia assim cadeiras de ver amor e humanidade, subidas de montanha, noites boas.
Na saída comentei chegada de táxi com pressa de ramo e um senhor das flores – que quase juro ser o senhor do cinema – a fazer malabarismos e magia para eu poder continuar a correr.

Não lembrei para quem eram as flores e depois, lembrei. Claro. Mas na hora não lembrei, e isso não sendo tudo é bastante. Tipo que adora flores, que adora dar, já não dá flores há muito e da última vez que deu, além que eram de fogo, não lembra nada.

Eram para a Emma. Para a tarde em que revi a Emma e já era martelinhos divididos em oitenta e oito, com promessa de tudo. Eram para uma Emma igual, mas melhor ainda. Um olhar orgulhoso e maciço sobre o mundo e o azeite e os castelos. Um quase sorriso que o som nos sorrisos quase desenha.

As flores – bendito senhor do cinema – disfarçaram o meu atraso e o meu espanto de menino. E isto foi muito antes do chá, muito depois da feijoada, muito antes do espumante, muito depois da primeira saudade.

Sou leitor do José Saramago e devedor que não vai pagar nunca. Mas o José, com tanta dedicação ao amor não foi o escritor do amor. Não que não tenha escrito sobre ele, que escreveu. Escreveu sobre a profunda humanidade do amor e os limites dele em face da dita.

Se eu fosse escritor, ou pianista como a Emma, gostaria de contar das infinitudes do amor, dos mergulhos, dos renascimentos, das impossibilidades que não importam no amor. E isto, não sendo tudo, é alguma coisa.

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