segunda-feira, 19 de janeiro de 2015

Este pode ser o último poema

Este pode ser o último poema
Nas minhas mãos,
Ou o primeiro:
- Decide a tua boca.

Este pode ser o claríssimo poema
Dizer não sei
Tenho medo, onde andavas
Chove muito, preciso.

Este pode ser o poema adiado
A quem faz sorrir a paz
A quem ouve inteiro o mundo
A quem se cansa, pausa

Este pode ser o poema da elegância
Não te preocupes
A vida é mesmo assim
Haverá sempre Paris. Ris?

Este pode ser o poema da ordem
A semana está a meio
Vida comum no inicio
Muita pergunta cala

Este pode ser o poema do hábito
Amo-te muito, quero estar
Também eu, és linda,
Vou fazer-te uma surpresa

Este pode ser o poema do chão
Que bom recuperar o ritmo
Da respiração, esticar o braço
E beber o vinho

Este pode ser o poema da curva
Calma, segura-te, vai dar
Tudo certo. A gente manda
Na estrada. Eles é que são loucos

Este pode ser o poema vapor
A gente sobe aos céus
Quando o calor é tudo
E já ninguém nos pode agarrar.

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