segunda-feira, 19 de janeiro de 2015

Manuel, Avô

Comias a sopa a escaldar
- Garganta de cortiça - 
Ajeitavas a lareira como
quem abraça
Abrias a casa da eira 
para os cheiros,
fantasmas, fascinações,
E explicavas com paciência,
Coisas da terra
Que nunca entendi, mas hei-de entender.

Estilo bravo, sempre te tive
doce.
De lá fora para a cozinha,
da cozinha, para a poltrona
da poltrona para o reencontro.

A minha cor favorita é o azul.
Um dia estavas já quase de
partida para longe olhei
e vi que os teus olhos
eram os mais azuis
do mundo.

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