quarta-feira, 5 de março de 2014

Emma

Antes de nos conhecermos conhecia as notas Souza Lima cobrindo a minha terra - os dedos da Emma melhorando-nos, se pudéssemos.

Num Abril de madrugada, bar que já nem é, nos apresentamos ao ritmo dos Deuses, devagar. Num Abril anos depois, muitos bares então, o empurrão gentil para o desafinado, a boemia familiar no papo perfeito, os medos-cidade vencidos à conta de sorriso.

Num Abril de tarde clara, a maior festa dos homens, a graça do Chico, a caipira, a feijoada feliz – tempos sem fim para digerir carinho e graça, dores recentes e espantos antigos, piano total, possibilidade vezes sete. Nos Abris esticados, multiplicados, em flor, agora: os amigos, (até os chatos dos amigos), os Debussy, as ementas Louvre, os sabores Calábria, a pureza das paredes, o violão de piscina, os duos insuspeitos, a pizza que quase, o regresso do filho, whiskynho abre-sonhos, a vitória de Chopin.

Por muitas estações, Abril a Abril, queremos essa Emma certeira, poesia com calor – onde está o ar maldito? – conselho sabido, sabedoria de ter visto, alegrias juvenis.

Enumeramos a memória para alinhar os desejos, para merecer um pouco mais, neste caso a Emma, sempre a vida.

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