quarta-feira, 5 de março de 2014

Ninita

Um dia a Professora Laurinda disse-me - traz a viola - e fomos, primeiro onde havia lareiras, depois onde havia livros, e crianças-lágrima , aniversários de linhas. Também ideias.
Dividimos as tarefas do afeto: Um dizia o outro cantava. Algum tempo antes, com os comparsas, alagamos as regras da, escrevemos histórias, tapamos o sol para vampiros, e, gratos, devolvemos a poesia ao povo. Natal muitas vezes ao ano.
Algum tempo depois, a Professora Laurinda – Ninita – falou-me dos silêncios da mãe e do mar, fundiu um chá que a madrugada não arrefeceu, mostrou onde há bolos frescos quando não há e confiou que aquele garoto viesse a ser adulto que merecesse.
Sabemos o som do que corre debaixo de ambos, das águas frescas, da cor das melancolias quando correm na pedra.
Tem-me ensinado quando perto e agora e ainda sempre. Aproximou-me mais ainda dos meus amigos porque lhes apontava as belezas. Dá-me saudades do que queríamos para todos e, também me dá, simplesmente, saudades.

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