A poesia nasce da sede,
como uma borbulha.
Passamos sono e aquece,
Passamos desejo e aparece,
Passamos e nunca mais passamos.
A poesia não dá para a fome.
tem instintos de lotaria,
e sabe bem,
de cabeça nas mãos
onde iria.
A poesia é uma pedrada, física,
no coração lambuzado.
Um depois de tanto,
um recomeço
que nunca concorda.
Plutarco cantou, meio torto
para mim:
está na hora.
Está na hora, concordou
São João.
E agora, como durmo?
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