quarta-feira, 15 de julho de 2015

Não é tempo de chegada

Maior contradição, que chatice:
Tudo o que tenho a dizer,
inútil, baralhado, é para ti e 
só a ti não serve, está proibido.

De mãos cortadas desço o pomar
e olho para árvores que chovem
e ai dos cantos que rondam e nem passam 
e ai das serpentes adequadas, frias
e ai dum lago fundo em lodo e esperança infantil
e nenhum pecado bem colocado
para reiniciar o mundo nesse pomar.

Meu bem, minha condição de deserto, 
relembra, pelo menos.
e na lembrança terei cor 
e terei cheiro e não terei perdão. 
Pelo menos comprime o vento 
dá a largada
cabeceia o ombro
puxa outro para dançar
continua a hora da janela
não é tempo de chegada
não precisas acabar.

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