quarta-feira, 15 de julho de 2015

Invés da boca

Cala-se o dedo invés da boca,
Chuva rouca amanheceu o dia.
Bate a sede, cedo, quieta,
Esta cama se nos ama nos espia.
Ah, se pudesse ser poeta te diria.

Levanto tonto, solto, magro, teu.
Mais saudade que silêncio na espera,
Puxo teu lençol já nem lembrava
Eternidade desconexa quem me dera.
Vontade briga de olhar então, sincera

Ficas fechada no sabor de imaginar
Cheirosa furta flor de abandono,
Coberta por capricho de princesa.
Passa a fome o sim, e passa o sono
Calas histórias de perdão sem dono

Vergonha me ressinto, pequenino,
Barba machuca teu meigo coração.
Se não caísse o céu desalinhado,
Te lembraria: juba vem com leão
Se te soubesse,  eu morderia o não

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