domingo, 23 de junho de 2013

Depois

A discussão quase deu em violão partido, mas os corpos perdoaram quando a alma ameaçava demorar na tarefa. Três libertações de Cuba depois, éramos quadro desalinhado, incômodo para a vizinha de cima, para o porteiro em baixo, festejos no chão. Éramos a mocidade do sonho e o picante das primeiras descobertas. Éramos o abusar da palavra bendita, mal escrita, que aprendemos com os poetas italianos.
Pensamos na imortalidade e promessas afins, gargalhando no escuro, fumando sem gostar. Tivemos direito a acreditar e a perceber na mesma hora. Desculpamos as falhas do mundo, da rolha desfeita no vinho perfeito, fizemos amor. E o que por fim fizemos do amor já nem sei. 
Olha, volta rápido. Não te deixes ficar sozinha pelas paisagens que são dos dois; e traz-me um presente por embrulhar quando já não me lembrar do pedido.

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