Um dia destes, quando tiveres um tempinho, leva-me a passear. Faz-me ver a dança da erva que cresce sem medos, e o orgulho imortal das grandes rochas. Ensina-me como voam os pássaros, enquanto cruzo os dedos por um voo sem asas. Senta-te comigo na soleira de porta abandonada e abre-te de par em par. Diz-me das tuas aventuras maria-rapaz e das bonecas que ainda guardas no baú. Mostra-me os saltos da pedra no lago, e como é maravilhoso cair no ar. Deixa-me sentir as primeiras rugas das tuas mãos, as primeiras rugas dos teus sonhos. E explica-me que o simples não é fácil.
Depois, olha-me com a tua mágica paciência, até que sorria o sorriso que vivi para te mostrar.
(2006)
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