segunda-feira, 24 de junho de 2013

Primeira paragem

Amesterdão sabe-se diferente. Tem a altivez descontraída das meninas de meio-sorriso. É susto e desejo na primeira montra, um corrimão para perdidos em forma de canal. É outra Europa. 
Amesterdão envelhece com classe, de linho, ligeira; no meio de uma ponte, sem necessidade de escolher a margem. Não é imperial, nem eloquente, é uma contenção meiga pintada a castanho. A cidade tem prefumes diferentes, fumos diferentes, e uma brisa que vem com a bicla-echarpe e nos transforma o dia. Vontade de passar-lhe a mão pelos cabelos, deixar uns quantos fios caírem no rosto.
Amesterdão é na boa. É da boa. É mesmo o que precisamos tantas vezes sem sabermos. 
Não é a minha cidade. Mas quase morrer em Amesterdão é melhor que quase viver em muitos outros lugares.

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