domingo, 10 de novembro de 2013

Astrolábio na Mão

Nunca mais saberei dizer de astrolábio na mão o que mais me comoveu em ti. Se a lagoação na chegada, se o espaço entre as risadas, se o sim certo antes de todos os nãos. Talvez o sonho, pela rua, a recuperar no meu peito.
Nunca mais saberei dizer com verdade, por que te preciso ademais ontem. Se de condenado a um amor com cafeína, se confundido pela evidência do branco, se acantonado na porta de cada espera. Talvez porque ainda há um elástico esquecido debaixo do mundo.
Nunca mais saberei dizer sem perguntar, quem era mesmo antes de ti. Quanto tempo se leva a cozinhar e revirar o sorriso, que papiro guarda a premunição final. Que é que se dá por aí, nos amigos de sofá, no canto de Feira, na bebida errada, na perdição certa, na vida de costas, que rebola subatómico mas nem assim dá para esconder.

(2013)

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