quarta-feira, 6 de novembro de 2013

Já não

Ainda tenho medo de filmes de terror mas já não tenho medo de ti. Podes aparecer do meio do grupo, a colocar anúncios com pionés azul que nem me mexo. Sorrio, estremeço nos dedos do pé e digo olá porque não faz mal. Podes falar com o meu melhor amigo perto demais, e mexer no cabelo enquanto esperas a cerveja de que não gostas - Estou pronto. Percebi-te há muito e não fiz nada com o que percebi, até agora. Agora, escrevo isto e sorrio. Podes gesticular muito a engrandecer coisas de que duvidas, podes maltratar as pessoas que não fingem que sabem coisas, podes dar a volta à fonte com o telefone tipo amante. Sem problema. Avança. Depois da viagem perdoei-me por ti, por te ter inventado tão diferente. Neste principio de década, ainda nos trailers, podes arrancar a teia de só mostrar, pedir um cigarro para deitar fora logo a seguir. Até podes lembrar umas histórias. Aquelas difíceis e tudo, podes. Só não podes acreditar em mim.

(2012)

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