Tu não poderias entender
os meus olhos assim pousados na tua mão, no teu sorriso, nos teus defeitos
mágicos. Tu não poderias perceber a minha cabeça de certezas e lutas abandonada
no teu colo, nem porque o chá é nossa bebida e não o vinho. Tu que entendes como
as coisas fluem, se influenciam, se constroem e se deixam corroer pelo tempo,
não poderias entender o meu silêncio. Não poderias imaginar o caminho até ao
meu silêncio.
Não poderias entender
ficar em casa com o sol lá fora, não poderias entender atirar o livro pela
janela. Não poderias entender grandes medos tirados da caixa pequena e quase
lágrimas sem Grey. Não poderias entender viagens bem perto; urgências de hora em hora. A interrupção da
vida como conhecemos da TV.
(2012)
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