sábado, 9 de novembro de 2013

Não posso

Não posso dizer-te. 
É claro, redondo, vida inteira
E não da para enviar
Não dá para lutar 
Não dá para abraçar mais.

Não posso buscar-te
É neceessário, obrigatório, sorriso todo
E não dá para torcer
Não da para crer
Não da para arrombar a porta.

Não posso esperar-te.
É daqui a pouco, de sempre, da casa,
E não dá para tremer, 
Não dá para esquecer,
Não dá para fazer de conta.

Não posso ajudar-te.
É urgente, é fácil, é bom.
E não dá para descolar,
Não dá para morrer,
Não dá para andar descalço.

Não posso ser-te
É calmo, é grátis, é feito de areia.
E não dá para imaginar
Não dá para ficar.
Não dá para ir nas ondas.

Não posso ver-te
É espirro, é cor, é risada
E não da para virar
Não dá para entender

Não da para viver o dia.

(2013) 

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