Não posso dizer-te.
É claro, redondo, vida inteira
E não da para enviar
Não dá para lutar
Não dá para abraçar mais.
Não posso buscar-te
É neceessário, obrigatório, sorriso todo
E não dá para torcer
Não da para crer
Não da para arrombar a porta.
Não posso esperar-te.
É daqui a pouco, de sempre, da casa,
E não dá para tremer,
Não dá para esquecer,
Não dá para fazer de conta.
Não posso ajudar-te.
É urgente, é fácil, é bom.
E não dá para descolar,
Não dá para morrer,
Não dá para andar descalço.
Não posso ser-te
É calmo, é grátis, é feito de areia.
E não dá para imaginar
Não dá para ficar.
Não dá para ir nas ondas.
Não posso ver-te
É espirro, é cor, é risada
E não da para virar
Não dá para entender
Não da para viver o dia.
(2013)
Sem comentários:
Enviar um comentário