Vá, prepara-te para ser feliz já depois de amanhã - no segundo encontro
entre o que escolheste e o que escondi.
Vem como queiras, mas assim bem solta, soltura matinal pela noite, e só
não me olhes demasiado tempo, que te caso num instante!
Dribla a minha preocupação infantil com as tuas risadas seguras,
descruza a perna na calçada a falar do jardim. Juro que disfarço o ciúme
debaixo da xícara.
Quando eras mais nova não eras assim tão irresistível, sabes? Procuravas
muito e não sei quê e pinturas. Agora, vem de vestido ou de calças ou ai jesus,
que te pego a mão-distraída e digo assim: vamos?
(Nova York passou por muito para nos receber assim, É coisa rara
e dura para preparar. Senhores a fazer crescer árvores e betão na mesma
semana). Não resistas além do que é pudico-fundamental e beija a nossa espera
de cima a baixo.
Dança ligeiramente enquanto esperarmos pelo nosso nome - que
vergonha-orgulho tesão - baixa os olhos com a piada do rapaz do balcão, e rasga
o bilhete que anda na tua mala há três anos.
Se tiveres tempo e te lembrares, contraria-me sempre. Tinha direito a uma única decisão acertada na vida e já está. Já
depois de amanhã, nós dois.
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